quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O impossible é mas é provável

Ok, lá vi o filme coqueluche de Hollywood,  um tal 'the Impossible' e vi o com todo o contentamento e impunidade ética numa app mega ilegal que permite assistir a filmes em streaming nos tablets android (luxo a que eu me dedico agora compulsivamente) e tenho só uma coisa a dizer: qual  é a história? Onde está o tal impossível apregoado no filme? Resumo: um casal com três filhos é apanhado pelo tsunami enquanto gozava férias numa ilha tailandesa, sendo que o pai e os mais pequenos se safam lá no resort e a mãe e o mais velho são arrastados pelas águas até serem levados para um hospital, a mãe toda partida é verdade e o mais velho a fazer o bem qual mini robin wood. Depois o pai vai à procura deles por todos os hospitais e reencontram se  os cinco, mas a verdade é que se iam encontrar de qualquer forma, uns dias depois, quando os tipos lá da Tailândia e das embaixadas se começassem a mexer, tal como aconteceu aos sobreviventes estrangeiros que se perderam no meio da onda gigante. Fiquei um pouco confusa com o título. Impossible porque no meio daquele caos eles se reencontraram - foda-se era mais uns dias e reencontravam-se na mesma - ou porque sobreviveram os cinco (e nesse caso felizmente que não foram as únicas famílias a salvarem-se)? Esta dúvida impôs se com força ou não fosse a consistência de um argumento o esqueleto todo de um filme, porque o resto é maquilhagem da melhor gema, a começar pela recriação estrondosa da devastação provocada e do caos em que o país foi lançado com a onda gigante, que nos mostra como o ser humano é capaz de revelar uma força sobre humana para salvar os que ama (e eventualmente outros que não ama) em situações limite, como é o caso daquela mãe. Não posso dizer que o filme é mau porque fala de sentimentos positivos (pirosos dirão os mais intelectualoides da treta) porque nesse caso estava a ser tão preconceituosa como aqueles que acham que os filmes europeus são uma merda porque são demasiado parados. Mas podiam ter-lhe chamado outra coisa qualquer ou, melhor ainda, pegado numa história com mais consistência, digo eu, que lacrimejei lá pelo meio (a culpa é da Naomi).

Sem comentários:

Enviar um comentário