Foi bonito mas não nos enganemos que a procissão ainda vai no adro

Pronto, pronto, foi um sucesso. Correu bem, estava bom tempo, não houve murros nem apalpões a não ser uns abracitos à Polícia de Choque e uns arremessos de amor frente à Assembleia da República. O perigo é ficarmos tão extasiados com a imagem de mais de 500 mil pessoas a encher Lisboa que não tomemos consciência de que a procissão ainda vai no adro e que a questão não pode ser limitada ao recuo do governo relativamente à TSU, porque de uma coisa podemos estar certos: a mudar alguma coisa será apenas uma questão de cosmética, porque enquanto tivermos no poder tecnocratas sem consciência social a vida do ser humano será apenas um dano colateral.