domingo, 5 de agosto de 2012

Perfis falsos no Facebook? Só podem estar a brincar comigo!

De acordo com os responsáveis pela grande empresa Facebookia, existem cerca de 83 milhões de perfis que o Facebook considera falsos ou duplicados e, sendo assim, têm os dias contados, porque vão ser pura e simplesmente eliminados. Acho que algo anda um pouco fora dos eixos, eu provavelmente, porque não compreendo muito bem como é que os próprios senhores do Facebook, que criam uma rede social virtual, nos impingem agora  esta história dos perfis falsos, como se o Facebook fosse, de alguma forma, real. A natureza do Facebook é tudo menos autêntica - trata-se, parece-me que andam esquecidos, de uma rede virtual, sem existência física. Na verdade, são milhões de pessoas que produzem páginas em que projectam a vida que acham que devem projectar. É sempre uma criação, não é a pessoa per si que está ali. Mas os responsáveis pelo Facebook acham que sim, que é possível distinguir o falso do verdadeiro. Quais os critérios? Pelo nome? São duas ou três palavras que definem a realidade ontológica da existência de uma pessoa? Mas o meu cão, o meu gato, o meu alter ego, já são considerados falsos? Por que carga de água? Se eu disser que me chamo Maria Francisca, colocar imagens das minhas férias e dos concertos onde vou, mostrando como sou cool e imensamente popular, quando na verdade tenho um namorado que me dá porrada diariamente, uma irmã prostituta ou se snifar coca todas as noites e só me apetecer cortar os pulsos, mas preferir delinear uma imagem de que sou o ser mais feliz do mundo, isso é falso ou verdadeiro? Somos nós ali ou uma construção para o mundo? Real ou falsa? Andamos todos loucos e a atribuir a categoria de real ao que é um total logro, uma criação diária de milhões de pessoas que constroem a persona que querem ser, ou seja, se se mostram ao mundo como vítimas ou vencedores, oferecidas ou castas? Será que sou só eu que acho que estamos a construir padrões adulterados de realidade e a tomar a ficção pelo todo? E quem são os senhores do Facebook para decidir o que é falso do verdadeiro? Olhem, são tudo. São Deus. São o Grande Irmão de Orwell. Ao absolutizarmos o Facebook como real estamos de facto a dar poder para quem manda naquilo decidir do direito à morte ou à vida de quem por lá anda. O que é ridículo dado que na verdade nada daquilo existe.


Há, já agora, se quiser seguir o meu perfil falso no Facebook é só clicar aqui!


(agora vou ali criar mais um ou dois perfis e volto já)

1 comentário:

  1. Apoiado toca a criar 10 perfis por pessoa e depois digam qual e o falso

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