terça-feira, 21 de agosto de 2012

Pela liberdade dos homens não quererem ter filhos


Andamos há anos a falar de direitos iguais para homens e mulheres. Batemo-nos pelo reconhecimento do direito à interrupção voluntária da gravidez. As mulheres quiseram decidir se querem ou não ter um filho, sem que seja o homem ou o Estado a ditar a sua vontade, e fazem muito bem. Mas agora que vem um senhor dizer que a lei portuguesa devia reconhecer aos homens o direito de recusar a paternidade de um filho nascido contra a sua vontade (artigo aqui), cai o carmo e a trindade e só oiço  mulheres a dizerem ‘nem pensar’, ‘onde é que já se viu isso’ e coisas assim do género. Ou seja, a memória tem pernas bem curtas. Se calhar, devíamos retroceder ao tempo em que não havia opção em Portugal para a mulher: ou tens o filho ou tens o filho e acabou. Porque a verdade é que neste momento os homens não têm uma palavra a dizer: estão inteiramente submetidos à decisão feminina. E a verdade é que se não querem ser pais porque é que têm de ser pais obrigados? Pelo que me apercebi dos comentários de muitas mulheres, parece que ainda nos auto consideramos seres humanos de segunda, que precisam da 'proteção' (ou do dinheiro) de um homem para levarem a cabo as suas decisões. Eu acho isso tão triste como querer impor um filho a um homem. Mas isso sou eu.

37 comentários:

  1. os pais tem uma palavra a dizer, sim, desde o momento da (não) concepção... nomeadamente preservativo.

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  2. Esta é para o Anónimo (ou anónima) das 10:54: sabendo que a mulher tem a mesma facilidade em usar contraceção, apliquemos a mesma lógica e terminemos com a possibilidade de solicitar um aborto sem justificação médica ou legal. Que me diz? Escolhas, quando nascem, devem ser para todos...

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  3. se o homem não quer ser pai, ele que trate de o evitar. o perservativo é equivalente à pilula e um óvulo precisa de um espermatozoide. se o espermatozoide sai do homem ele que evite que isso aconteça (ou neste caso que atinja o óvulo). simples. não tem nada a ver com aborto.

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  4. tal como a mulher que não quer ser mae ou usa contracepção ou aborta. de facto as escolhas qundo nascem são para todos excepto a das mulheres que tem de criar sozinhas os filhos. nunca ouviu de certeza nenhum juiz a obrigar um homem a ficar em casa pois não? e acha que as pensões de alimentos são significativas para compensar a presença de mais uma pessoa?

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  5. olhe eu pela minha parte estar-me-ia a marimbar para alguem que não quisesse ser pai. se a gravidez acontecesse e o homem não quisesse ser pai eu mandava-o passear, nomeadamente, passa para cá o nome que o meu filho não ha de passar pela vergonha de ser apontado como bastardo e adeus ò vai-te embora. só isso.

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  6. A história das mulheres a criar os filhos sozinhas já só engana quem quer. O que eu vejo, hoje, são pais a querer ser pais e a ser impedidos de o ser por mães que pensam em tudo menos na felicidade dos seus filhos, negando o convívio dos filhos com os pais. Destes, só se pretende que as sustentem, nem que nunca sejam achados para qualquer tipo de decisão. Já agora, ainda me irão indicar qual foi o juiz que obrigou alguma mulher a ficar em casa...

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  7. Achei piada a um comentário anterior: então, o homem, se quiser evitar uma gravidez, usa contraceção; uma mulher, se quiser evitar uma gravidez, usa contraceção OU ABORTA. Triste mentalidade, que equipara aborto a contraceção e ainda se considera no direito de decidir sozinha. Igualdade não é só no que nos interessa.

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  8. A sua tese assenta num argumento falacioso. O abandono de uma criança por parte do pai não é comparável ao aborto (e por razões óbvias, os homens não podem abortar). Só poderíamos falar em igualdade de direitos se as mulheres tivessem o direito a renunciar à maternidade de um recém-nascido. Aí sim, poderíamos questionar porque é que os homens não teriam esse direito. Mas ainda assim, há um direito que se sobrepõe a todas estas considerações, por ser superior, que é o direito da criança a ter pai e mãe e a ser por eles cuidado e protegido. Porque a criança não tem culpa de ter nascido. Quem não quer ser pai, tem cuidado com o que faz e, se aparecer alguma surpresa, assume as responsabilidades, como um homem. É a diferença entre os homens e os covardes feitos de merda.

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    1. A diferença entre um homem e um imbecil feito de merda está no facto do primeiro entender que o direito da criança a nascer é incomparavelmente superior ao direito a conhecer os seus pais. Se ambos são importantes, que se use a contraceção como prevenção e se proíba o aborto sem justificação. Um homem percebe isto e interessa-lhe participar na decisão de terminar ou não uma gravidez (algo que agora não pode fazer). Um imbecil feito de merda aceita de forma acéfala que se mate a criança mas não que esta não conheça o seu pai. Bravo!

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  9. ao anonimo das 12:56
    aborto é outra questão que so foi abordada pelo investigador para lançar a confusão e fazer pender a opinião para o lado do argumento dele, ja que esta tese tem claramente uma "agenda" por tras.
    se os homens nao querem ser pais a unica hipotese é evitarem-no seja por preservativo vasectomia ou dizerem expressamente que o não querem ser e falarem sobre o assunto com que tem relações sexuais. se calhar para muitos homens que querem andar a "mijar fora do penico" assusta muito uma criancinha que estrague o arranjinho não é?

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    1. Sendo assim, se as mulheres não querem ser mães, a única hipótese é evitarem-no usando contraceção (existe, sabe) e esquecerem o aborto como método contracetivo. O que interessa a um homem é ter uma palavra nas decisões de merda que muitas mulheres tomam sem dar cavaco aos homens. Igualdade, para vós, não significa abdicar da posição de vantagem que agora possuem. Fora o texto inicial (Nada a acrescentar), com o qual concordo totalmente, só vejo é gente que considera maravilhoso o homem, nesta altura, nada poder fazer quanto à evolução de uma gravidez (o filho também é seu, lembre-mos) nem quanto ao perfilhar posterior da criança. Mãos e pés atados, é como pretendem que continue. Acho que não vão ter sorte.

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    2. tal como um mulher não pode obrigar um homem a participar ativamente da vida do filho, um homem não pode obrigar uma mulher a abortar. logo estão em igualfdade de circustancias. por outro lado a cumprir-se o desejo deste investigador se o homem conceber a criança e nunca mais aparecer nada lhe acontece; ao passo que se a mulher tiver a criança e desaparecer é abondono de menores e pode ser presa . e voltamos á situação de desigualdade em que a lei protege muito mais um pai que naõ quer ser pai do que uma mae que não quer ser mae. a questão do aborto é uma falsa questão neste contexto e de facto so serve para desviar as atenções

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    3. ai já andamos a apagar comentários? faltam-lhe os argumentos, é?

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  10. Igualdade de circunstâncias? Onde? Neste momento, um homem, nunca ouvido durante a gravidez, tem obrigatoriamente que assumir a paternidade, o sustento e tudo o resto, quer queira quer não queira. Muitas mulheres disso se aproveitam, o que é inegável. Eu não sou contra ao perfilhar dos filhos mas acho essencial a participação dos homens nas decisões que respeitam á gravidez. Se tal não acontecer, que tenham a liberdade de se excluir do processo, por muito que doa. Quanto à questão do aborto, gostariam de a colocar à parte desta discussão mas não pode ser. Chamar-se-ia a isso desonestidade intelectual...

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  11. o homem pode evitar essa gravidez, pode evitar ser pai à vontade! tal como existem métodos d econtracepção femininos existem metodos de contracepção masculinos.desonestidade intelectual é assumir que os homens não tem essa possibilidade!

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    1. Mas sabes que as mulheres também podiam tomar a pílula em vez de abortar, não é?
      A questão está precisamente aí. A mulher não tem que ser responsável e usar contracepção porque pode poupar esse dinheiro e abortar gratuitamente depois pq não quer ser mãe.
      Pq é que com o homem há-de ser diferente? Pq é que o homem tem que ser responsável e pensar no assunto antes mas a mulher não?
      Assim sendo, desonestidade intelectual é precisamente dizer que as mulheres podem tratar do assunto depois do facto consumado, mas os homens não! Têm que se precaver!
      De resto, não me parece que não ter pai seja pior que não existir. Eu tenho um excelente e perfeito pai mas, mesmo assim, preferia não ter pai a nunca ter nascido!
      E claro que o dinheiro é importante! Eu vou andar a trabalhar uma vida para depois a lei me obrigar a deixar os meus bens a uma pessoa que eu não quero que seja da minha família e que perturbou o meu projecto de vida e o meu direito à livre formação da minha personalidade!
      Em suma, depois de engravidar, a mulher quer gastar o dinheiro no cabeleireiro aborta gratis. O homem, depois da mulher engravidar, tem que levar com a criatura a santa vida sem ser tido nem achado!? Santa justiça, de facto!

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    2. a questão não está precisamente aí. quem não quer ser pai não pode impor isso ao outro. então o homem não quer ser pai e é a ulher a ter que tomar precauç~eos. por alma de quem? metade da resposabilidade é do homem, 100% do cuidado tem de ser da mulher? e para quem diz que os preservativos rompem a pílula às vezes também falha ora essa. quanto a trater do assunto dpois do facto consumado não é isso que está em questão pois está afalar-se de filhos que nascem efetivamente.

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    3. se ainda só argumentassem contra terem mais do que apenas o nome? mas não... vão logo ao cerne da questão: não quero ter o filho, não quero que ele sequer tenha o meu nome, não quero usar preservativo (ou qualuqer outro tipo de precaução) não quero deixar de ter relações com quem me apeteca, não quero abdicar de nada e o resto do mundo que se lixe que responsabilidade não é comigo!

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  12. As mulheres também têm essa possibilidade (que é falível, como se sabe) e, como tal, não deveriam poder abortar sem justificação médica ou legal. Que tal? Desonestidade intelectual é afirmar que só os homens podem evitar uma gravidez usando contraceção...

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  13. se um homem não quer ser pai ele que evite a concepção, uma vez que para tal é preciso haver espermatozoide e ovulo. sinceramente não percebo porque quer por toda a responsabilidade em cima da mulher já que 50% do que é preciso para gerar uma criança parte do homem. afinal não é para haver isgualdade de género? então em que ficamos? cá para mim não é igualdade que voç~es querem, o que voç~es querem é supremacia outra vez.

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  14. Não consigo começar a perceber qual é a comparação que pode ser estabelecida entre crianças, que naturalmente devem ter direito à sua perfilhação (independentemente de receberem ou não pensão de alimentos), e embriões ou fetos e o direito à interrupção voluntária da gravidez. Não me parece que isto seja sequer um debate de géneros, mas sim um debate entre a liberdade individual e a responsabilidade perante o outro e a sociedade, sendo que o outro neste caso é uma criança, não uma mulher. Um pai ausente, mas conhecido, é seguramente melhor que um desconhecido.
    Inês Mira.

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    1. concordo consigo. o que deveria estár aqui em causa é a criança que nasceu saber que o pai é conhecido mesmo não estando presente. não percebo porque continuam a falar noutras coisas a não ser que seja para dizer que os homens devem ter o direito de impor interrupção da gravidez.

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  15. Supremacia? Mas está louca? Igualdade significa que ou o homem tem uma palavra a dizer na decisão de abortar ou não ou, se não tiver, poderá não assumir a paternidade. Percebido? Onde é que a mulher fica em situação de inferioridade, explique-me? O ideal seria garantir o direito à vida da criança, se não existir qualquer justificação para terminar a gravidez. Nessa altura, deixariam de usufruir da possibilidade de aborto livre e estariam, homem e mulher, em igualdade, respeitando, igualmente, o direito à vida.

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    1. assumir a paternidade deve ser sempre obrigatório caso a criança nasça porque as crianças são DE FACTO filhos daquele homem e tem direito a saber que são filhos do joão silva ou do joaquim santos. é factual. a questão de o homem ser obrigado a dar dinheiro ou acompanhar com direitos de visitação é que pode ser discutível. mas caso não tenha lido os restantes comentários isso ja foi aqui dito. quanto ao homem ter uma palavra a dizer quanto ao aborto, percebo finalmente onde quer chegar. usar uma questão acessória e não relacionada para acabar com a despenalização. bravo. este será meu último comentário aos que me parecerem ser os seus.

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    2. Assumir a paternidade é muito mais do que dar nome, hoje em dia, e algumas gravidezes não chegariam ao seu termo se assim não fosse. Que se retire a obrigatoriedade do sustento, que é essa a motivação maior de algumas mulheres. Quanto à despenalização, limitei-me a dar a minha opinião não querendo com isso manifestar o desejo de que acabe a despenalização, já que foi esse o resultado de um referendo. O que considero inadmissível é o pai não ter qualquer voz na decisão de terminar com a vida do seu filho, mesmo que se comprometa a criá-lo sozinho. Isso para si é aceitável mas o inverso seria, certamente, atroz.

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    3. Mas percebi que o investigador propõe que a recusa seja sobre os efeitos jurídicos da paternidade.
      Ou seja, que ele é pai é um facto. Não é uma realidade mas antes biológica. Que os pais tenham que sustentar as crianças, educá-las ou que a haja uma imposição que lhes deixar uma parte da herança, isso já não são factos. São efeitos jurídicos que a lei criou que decorrem do facto de se ser pai.
      Assim, pelo que percebi, a criança tem um pai. O pai não tem é qualquer obrigação/direito sobre a criança pq não quis que ela nascesse e foi obrigado a ser pai contra a sua vontade e sem lhe ser permitido fazer qualquer coisa que o impedisse.
      Com honestidade, parece-me que respeita o direito à identidade biológica da criança (até para questões médicas) mas respeita-se o direito do pai à livre escolha.
      Até achei interessante!

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    4. ah e louca era a senhora sua mãe!

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    5. Pelo menos nem ela nem eu somos tapados, como você. ;)

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  16. Para Inês Mira: a questão relativa ao perfilhar das crianças prende-se exatamente com o seu sustento (que frequentemente é o sustento da mulher), não com o conhecimento da paternidade, que considero essencial. É a questão económica que move muitas mulheres e que deve ser alterada. Por outro lado, tudo se resolveria a contento se o homem tivesse uma palavra na decisão de prosseguir ou não com uma gravidez, podendo querer criar sozinho uma criança que a mãe não deseja. Esta questão é inaceitável para a maioria das mulheres que pretendem decidir a sós, com poder absoluto. Quando assim é, que se permita, pelo menos, ao pai permanecer sem a obrigação do sustento.

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  17. Também acho triste impor um filho a um homem. Mas a maior tristeza são muitos homens não avaliarem as consequencias dos seus actos. Precaução...usem preservativos, vejam com quem andam...mas coitadinhos a inteligencia da 2ª cabeça é proporcional ao tamanho. Sejam Homens e assumam as suas responsabilidades. Os seres inocentes não podem ser vitimas de gente (H&M) estúpida. Errou!!!!Pagou. Tivessem sido inteligente.

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  18. À anónima das 06:18. Pregue o mesmo às mulheres: usem contracetivos, vejam com quem andam; coitadinhas não sabem dizer não. Sejam Mulheres e assumam as suas responsabilidades. Não venham solicitar uma interrupção voluntária da gravidez quando não se souberam precaver. Errou!!!! Pagou, como muito bem disse. Que se retire esse direito às mulheres, é a sequência lógica do que aqui diz. Assuma agora.

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  19. Existe aqui muitos comentários sobre o aborto, visto como um direito exclusivo da mulher, agora pergunto, será mesmo assim??? É somente a mulher que decide???
    No papel até acredito que sim, mas ainda não vi nenhum homem ir para a comunicação social nem para os tribunais dizer eu realmente quero o filho que ela carrega.
    E mais, aqui nunca ninguém errou??? Fala-se muito de usos contracetivos, mas será que nenhum dos que estão aqui a falar sobre o aborto, nunca desejaram que o tempo voltasse para traz corrigindo erros?? Eu já tive muitos sustos, e até mesmo utilizando os contracetivos. Teremos de pagar uma vida só porque algo correu mal? E fala-se muito em miúdos com menos de 15 anos a caminho de ser pais, acham normal e com capacidade/responsabilidade para o fazerem.
    Mas não fugindo muito à origem deste debate os homens devem ser livres de optar, mas no meu ver deve haver sempre limites, ou seja, estamos a falar de seres humanos ”crianças”, onde vai parar os direitos delas?? Este processo de negação a um filho, deve ser debatido entre a mulher e o homem e claro alguma entidade superior (tribunais entre outros) sem nunca esquecer que não estamos a falar de um quero ou não assumir, mas sim do futuro daquele ser vivo…

    Mas deixo aqui uma outra questão no ar
    - será que em breve haverá alguém a preparar uma tese em que a mãe tem o direito na mão de afastar o sexo masculino da vida do seu filho, ou vice-versa?


















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  20. Está aqui a solução: "se o homem não quer ser pai, ele que trate de o evitar. o perservativo é equivalente à pilula e um óvulo precisa de um espermatozoide. se o espermatozoide sai do homem ele que evite que isso aconteça (ou neste caso que atinja o óvulo). simples. não tem nada a ver com aborto."

    Certamente esta discussão não faz sentido porque só é necessário evitar que o espermatozoide atinja o óvulo. SIMPLES!!!! Ainda ninguém se lembrou disto????

    Já agora, porquê tantos anónimos? Custa muito assumir o que se diz? Há medo???

    Pessoalmente concordo com a posição do colega que escreveu a tese. E tenho a leve impressão que a maior parte das pessoas não prestou atenção a tudo o que ele disse/publicou.



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