Acho
fantástico que os senhores comentadores que pululam como lapas rascas nos
quatro canais principais, mais nas nossas supostas CNN – leia-se canais ‘informativos’
com Mários Crespos gagás - andem para aí a dizer coisas como que essa história
da jornalista do Público ter sido ameaçada pelo Relvinhas não tem qualquer
importância. Nenhuma, porque afinal, como dizia um desses senhores com nariz de
tintol e queixo duplo, 'eu também foi jornalista e todos sabemos que há
pressões e todos temos de aguentar e não andarmos por ai a queixarmo-nos,
porque sei bem que quem se queixa é por norma quem cede, os outros não abrem a
boca". Não há muito a dizer: a senhora estava a fazer o seu trabalho, foi
ameaçada com divulgação da sua vida privada na internet, mas isto, na sociedade
é normal. Mas também é normal, pelo que eu percebi dos comentários dos senhores
doutores, nomeadamente de um tal de Marinho Pinto, no programa Justiça Cega
(só se vazarem os olhos ao senhor é que nos podemos remotamente aproximar desse
conceito), o massacre
de crianças da Síria em Houla, porque já se sabe que 'os do outro lado' também
não são flores que se cheirem. Deixem ver então se percebi: é normal sermos ameaçados
e a coagidos de invasão da nossa privacidade, nomeadamente por quem detém
cargos públicos e poder, é normal matar civis e crianças, porque, pronto, sei lá,
guerra e guerra e isso são azares que acontecem. Por mim, sinto que existe uma
banalização do mal e um esvaziamento de ética que me assusta. Não há valores
absolutos. Tudo e relativo, desculpável, tudo tem de ser contextualizado e há
duas faces para a mesma moeda: para o abuso de poder, para o desemprego, para a
fome, para a morte violenta. O problema é que quero fugir e não tenho para
onde: ou há tarados assassinos e legitimados por países como a Rússia e a China
no poder, ou há cenários de guerra patrocinados pelos Estados Unidos e seus
aliados, ou há crianças que morrem de malária e de fome ou há o dito ocidente
capitalista, onde os assassinos não usam armas, mas matam moralmente, todos os
dias.
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ResponderEliminar.
. nem absolutos . e os relativos estão já bastante relativizados .
. por ora . lojas de valores há imensas . quase superam as agências bancárias . ambas . no entanto . com o mesmo intuito castrador .
. e todo o mal serve para ficar pior .
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