domingo, 18 de março de 2012

Democratizar o luxo

Ontem fui jantar fora. Mas não foi um jantar qualquer. Fui a um daqueles restaurantes mesmo bons. O vinho, perfeito. A entrada, perfeita. Os pratos, perfeitos. A companhia, perfeita (mais que perfeita). Mas tirando a companhia, que não era paga, o resto foi escandalosamente oneroso. Ora parece-me que, se vivemos numa sociedade onde se instituiu que grande parte das coisas que sabem bem ou ficam bem têm de ser estupidamente caras, acho que o mínimo que estes governos da trampa que temos por cá podiam fazer era democratizar o acesso a este tipo de bens. O acesso aos restaurantes gourmet da vida, às malas Furla, aos hotéis design ou resorts em paraísos naturais, aos tintos reservas Quinta da Bacalhoa e aos martini dry servidos muito dry mesmo como tem de ser. Proponho que o luxo seja considerado um bem de primeira necessidade e que os indignados do mundo juntem esta deliberação à sua eclética lista de reivindicações. Porque a verdade é que deixem-se lá de moralismos, o luxo sabe bem.

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