quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Estupidez a minha

Confesso-me um ser humano absolutamente desinteressante, complexado, fútil e com uma egoísta e dilatada carência de paciência para seres inteligentes que, como ser limitado que sou, tenho dificuldade em compreender. Mas esforço-me terrivelmente, da mesma forma porque insisto em juntar letras para produzir assim como que uma subespécie de discurso. Não compreendo a inteligência dos nossos programas de televisão, a nova programação do Teatro Nacional Dona Maria II, a relevância de filmes como o novo do Spielberg, os comentários do Rui Santos, a genialidade dos nossos opinion makers, o penteado do Miguel Sousa Tavares, os livros do José Rodrigo dos Santos, a moda do viral, a relevância musical, social ou existencial da Lady Gaga, o impacto do rabo da Rihanna nas tabelas de vendas ou o pin que os nossos governantes usam na lapela do casaco. A única chatice é que sempre ouvi dizer que estúpidos são os felizes, mas esse dado em nada tem contribuído para a minha felicidade.

2 comentários:

  1. Estás a ver a coisa bem, só que invertida. A estupidez mora do outro lado! ;)

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  2. Well... Nada haverá a compreender nos penteados, seja o do tipo, seja no meu ou no teu, parece-me. "Estamos condenados a ser livres", já lá dizia Sartre (e por vezes também nos atemos condenados à súbita liberdade dos nossos cabeleireiros, mas adiante).

    Por acaso eu hoje até estava decidida a criar um postzito lá pelo meu diz-que-algum-dia-foi-um-blog-mas-diz-isso-a-mentir. No entretanto, acabou por me passar a vontade, mas partilho aqui o conteúdo, continuando o teu "não percebo":

    "Alguém minimamente esclarecido poderá informar-me o que é que de positivo terá feito uma tal de Fanny, que está em todas? Ainda que o seu contributo possa não ter sido a descoberta do cancro, alguma coisinha essa personagem há-de ter feito de particularmente significativo para a sociedade, pois não quero eu pensar que as revistas andam a cobrar dinheiro a quem pouco tem para lerem sobre coisas de nada e pessoas que fazem coisas de nada e outras coisas... ou nada".

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