O arrumadinho é uma grande seca

O arrumadinho, e isto não é nada pessoal contra o rapaz, que deve ser um amor, deve ser também uma seca. Arrumadinho. O título que se escolhe para um blogue é revelador de muito, mesmo que seja a um nível inconsciente. Eu escolhi 'e não há nada a acrescentar' porque, no fundo, acho que o meu contributo para este mundo é nulo, mas tenho direito a extravasar e escrever o que me passa pela telha e se alguém acha que vale a pena perder tempo a ler, isso é lá com ele. É como quando vou ao ginásio e me arruíno numa aula de RPM, mas fico bem mais calminha e deixo de querer ir às trombas a alguém. O arrumadinho chamou arrumadinho ao blogue porque, e isso é fácil de ver (ou ler) é  isso mesmo que ele é. A mim, pessoalmente, ecoa-me a uma seca monstruosa. Gosto de desarrumação e de homens desarrumados. Há inesperado, personalidade, criatividade,  surpresa. Conhecer o outro de cor é cinzento. Somos mais do que uma tela de uma só cor. O arrumadinho é cinzento clarinho, porque até é um tipo simpático. Vê-se isso à distância. Mas já se sabe o que ele vai dizer. Vai ser certinho, limpinho, correctinho, tudo acabado em inho. É o tipo que paga o jantar, lava a loiça, passeia o cão, esfrega a retrete, prepara o jantar e ainda põe a mesa, arruma as calças no cabide e não deixa  pêlos da barba no lavatório (de tão perfeito é bem capaz de não ter sequer pêlos) e ainda deve perguntar 'foi bom?' depois do sexo (quando a maior parte quer é saber 'fui bom?') O inho é sempre limitador de voos mais altos. É  ficar pela rama das coisas. É adicionar mais uns pontos ao banal e mais uns quilómetros ao medíocre. Mas pronto, há gostos para tudo e isso é o que importa no final.

E porque a César o que é de César, podem ler o arrumadinho aqui.