segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O erro de Watson (relações humanas e outras merdas...)


“As relações são simples, nós é que as complicamos”.
As palavras não são minhas, mas do meu guru. Ou melhor dizendo, da pessoa que alguma vez esteve mais próximo do papel que o Maharishi Mahesh Yogi teve na vida dos Beatles. Tem os cabelos quase brancos, sim senhor, o que lhe dá credibilidade, e já é de uma certa idade com tendência para gostar e não gostar, estar e não estar e não perder dois minutos do seu tempo a pensar nisso. Só isso, ou tanto disso, conforme as perspectivas. Também diz coisas como “as coisas são o que são” e “não podemos mudar a outra pessoa: ou a aceitamos assim ou não, afinal, gostamos dela exactamente porque ela é assim”.
Elementar caro Watson?
Pois, eu também acho. Mas nunca ninguém o diz, certo? Junta aquelas exactas palavras para criar aquelas exactas frases que têm aquele exacto sentido. Até ele me dizer, e me parecer tão simples que senti ódio por nunca tal me ter passado pela cabeça, não houve um único ser humano que o fizesse. Não do meu conhecimento. Por isso, para mim, o mérito vai inteirinho para este meu guru. Não me importa que não tenha inventado a pólvora. Verbalizou-a.
Por outro lado, este foi um presente envenenado que me foi dado. É que são tão simples estas ideias que só me podia acontecer uma coisa: estar constantemente a esquecer-me delas. Agora sem ter desculpa de nunca as ter ouvido. Post-its não? Lembretes na agenda do mega hiper smartphone, não? Não, apenas o drama e o horror e a complicação total!
É elementar, meu caro Watson?
É, mas para começar estas ideias tinham de estar em sintonia com os mecanismos dos humanos, que são rudimentares, toscos e pouco oleados, porque o elementar – e simples – é também o mais difícil de descortinar e aceitar pela mente, que se parece comprazer em emaranhar, calcinar argumentos, enredar racionalizações, formar expectativas, gerar esperanças em desaguisado com a realidade intrínseca e simples das coisas
Outros dos meus gurus, este de fama comprovada pela história, também escrevia:
“Amar é a eterna inocência e a única inocência não pensar”
Ora somam-se as coisas e está tudo aí, certo? Errado. O nosso cérebro não quer a nossa felicidade, nem pensar, cruzes credo! Quer mesmo, mesmo é que percamos tempo a pensar ‘se…’.  Quando na realidade inerente à natureza das coisas não há ‘ses’.  Há o que há. Não há se ele fosse mais magro, mais gordo, mais meigo, mais ríspido, mais homem, mais mulher, mais teso, mais filho da mãe, mais atento, mais duro, mais, mais, mais. Fodemos tudo por causa disso. Por causa do se e da porra do mais. Por causa de acharmos que pode ser sempre diferente, e melhor. E no final, as coisas são como são. As pessoas são como são.
Em vez de nos queixarmos tanto, love or leave it. Sem dramas.
Elementar, caro Watson?

5 comentários:

  1. Em minha opinião não estou completamente de acordo...NÓS SOMOS POR NATUREZA COMPLICADOS!

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  2. Adorei! Simplesmente genial! Concordo inteiramente!
    Se as pessoas tem q mudar, elas mudam por si próprias, e de um modo interno inerente ao seu crescimento, desenvolvimento e amadurecimento de cada um... e nao por forcas e pressoes exteriores exercidas por outros q querem torná-las diferentes.
    Por isso só temos de aceitar as coisas e as pessoas tal qual elas sao.
    Algo de bom há de vir delas.
    Nós é q ainda nao vimos, tao demasiado atentos aos defeitos, q nos eskecemos que existem qualidades que ignoramos enquanto nos centramos noutras coisas...

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  3. Eis o segredo.
    A culpa é do "se" sem duvida.

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