terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Argo (mentes)

Quando um filme como o Argo recebe o Oscar de melhor filme, não há mais nenhum argumento do que o peso pluma dos concorrentes. Entre a xaropada de um Spielberg deslubrado pelo actor principal (Daniel Day Lewis a fazer aquilo que faz melhor, ser bigger than life, e com o caminho completamente aberto para se vir vezes sem conta), até ao vendaval de efeitos especiais de A Vida de Pi, ao feel good movie de Guia Para um Final Feliz (com uma Jennifer Lawrence de arrasar, é verdade), ao thriller escorreito sobre a mulher responsável pela captura e morte de Bin Laden, mas que no fim é sobre o vazio dessa mesma entrega (como se nós não percebessemos ao final de dez minutos de filme) até  um Tarantino em piloto automático, ganha o mais equilibrado de todos. Uma boa história, bem filmada e um prodígio de montagem. Justíssimo e preocupante porque havia um Restless ou um Detachment esquecidos no caminho...Mas esperem, que estes foram os mesmos senhores que, em 2012, ignoraram por completo uma obra maior chamada Melancolia para premiar o mais inócuo dos filmes, um tal de O Artista, alguem se lembra?

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