quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Vai mais uma marada (ou a ilógica de criar paraplégicos)

Ouvi dizer que o tal de Nuno Carvalho, o forcado que ficou paraplégico ao ser colhido por um touro, vai ser homenageado em tourada no Campo pequeno com direito a cartel de luxo, e coisa de muito gabarito, pelo menos  é desta forma que eles o anunciam, naquela linguagem meio aristocrata, meio bacoca dos aficionados. Pois eu acho muito bem. Antes de mais, porque assim torturam se mais uns touros, e já se sabe que se não fossem os touros não havia estas  desgraças. Depois, porque o homem foi feito para guerrear, e o Agostinho da Silva é que era um totó porque achava que o homem tinha sido feito para criar, o que é coisa para maricas. Depois, porque essa tourada é uma forma de manter viva a tradição, ou não fosse expectável que mais ou ou outro ficasse paraplégico, e assim sendo para a semana seguinte organiza se logo mais uma espectáculo de beneficência com touros e assim, ciclicamente, mantém se viva esta forma de cultura, que é o que querem os toureiros e ganadeiros e essa malta toda amiga dos animais, o que referem constantemente em todas as entrevistas, de tal forma que constitui um mistério nao serem membros activos do PAN.
Claro que o senhor Nuno Carvalho teria uma palavra a dizer sobre uma tourada organizada para o homenagear, dado que ficou paraplégico e não mudo, e seria, segundo uma lógica no mínimo inteligente, algo como "não, deixem se estar sossegados, percebi que isto não faz sentido nenhum, não quero nunca mais ver outro ser humano a passar por isto em nome de um espectáculo violento e sem sentido", e etc e tal. Mas pelos vistos acha muito bem. Pessoalmente, não tenho nada contra os paraplégicos apoiaram espectáculos  onde existe elevada possibilidade de virem a ser produzidos mais paraplégicos ou castrados ou manetas e por ai fora, só acho mal que os touros não sejam tidos nem achados no assunto e acabem a ser usados como veículos para o ser humano se dedicar ao jogo típico de "a minha pila é maior do que a tua". Ora deixemos nos de merdas, porque a pila maior é mesmo a do touro.

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