terça-feira, 11 de setembro de 2012

Os crimes da Maya

O que é ser criminoso? No outro dia, descobri que o Passos não é o único a escapar à justiça dado que esta não comporta crimes éticos (na teoria há para lá umas excepções, mas ninguém as aplica). Isto porque há uma senhora, que todas as manhãs, tem direito a tempo de antena na SIC, e que, além de ser um insulto a um sentido estético mais sensível, ainda comete atrocidades diariamente com a vida de seres humanos (seres humanos ignorantes, mas seres humanos) e escapa ilesa. Ou melhor, ganha dinheiro com aquilo e mais as chamadas de valor acrescentado para onde ligam, com frenesim histérico, mulheres ignorantes. Se não tiver sorte de conseguir falar com ela, volte a tentar, sendo que 60 mais cêntimos mais IVA já lhe estão no bolso.

Senão vejamos

"- Então minha querida, diga lá o que a preocupa que as cartas respondem.

- Oh dona Maya eu sou muito infeliz sabe, por causa do meu marido.

- Oh minha querida, quer saber então do seu casamento é isso? Porque se quiser saber de mais alguma coisa tem de ligar outra vez. É uma chamada, um dilema, já sabem...

- É sobre o meu marido sim, dona Maya, porque já não sei o que fazer, ele trata-me mal, chama-me nomes a toda a hora e já me levantou a mão.

- Oh minha querida, isso é uma chatice sabe, chama-se violência doméstica, sabe? E a minha querida tem filhos?

- Tenho cinco, mas já não vivem comigo

- Olhe minha querida, estou a ver aqui as cartas e isto aviso-a já nem o seu marido vai mudar, nem vai haver divórcio, minha linda, não estou a ver divórcio

- Pois...

- E o seu marido tem problemas mentais sabe, mas não vai ter ajuda não, por isso, minha querida, a única coisa a fazer é, olhe, ter paciência porque as coisas não vão mudar e ir passando uns tempos com os seus filhos.

- Com os meus filhos?

- Sim minha querida, porque não há mais nada a fazer. Assim ele percebe que gosta de si, quando estiver longe, mas também lhe digo que isso não vai mudar o seu comportamento, não minha querida, isto é mesmo assim. Não há divórcio, nem ajuda.

- Pois...

- Então adeus minha querida, fique bem, já desligou?, pois isto há vidas difíceis e vamos para o próximo telefonema, estou sim, minha querida, diga lá o que a preocupa.

- Oh dona Maya, eu queria saber como é que vai correr o meu namoro

- Então e há quanto tempo namoram minha querida?

- Há três meses.

- Ora deixe-me ver aqui nas cartas... E dão se bem minha querida?

- Sim, damos, ele é meiguinho e gostamos muito um do outro.

- Pois deixe-me ver o que dizem as cartas... Pois é minha querida, pode esquecer este namoro, que isto não tem futuro nenhum.

- Mas, mas..

-Oh minha querida, está a duvidar? Está aqui nas cartas e as cartas nunca se enganam. Isso não tem futuro nenhum por isso a menina o melhor que tem a fazer é acabar já tudo para não sofrer mais no futuro, está bem minha querida? Vai fazer isso que a Maya, que é sua amiga, lhe está a dizer?

- Pois, se a dona Maya diz que não há futuro, que remédio!

- Não sou eu minha querida, são as cartas, minha querida são as cartas... E já sabe, se quer falar com a Maya é só ligar e se não conseguir nem à primeira, nem à segunda, nem à terceira, continuem a tentar, nada de desistir, ouviram, que a Maya é vossa amiga?"

Agora digam-me se isto não reflete o estado da nação?



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