sábado, 8 de setembro de 2012

A revolta do Facebook

Dormiram bem? Eu tive pesadelos. Acho que estava a ser devorada por chacais. Deve ser dos filmes violentos que vejo porque não gestou a descortinar outro motivo. Afinal, está tudo bem, certo? Vou antes deixar-me de merdas freudianas porque hoje é sábado e ir gastar dinheiro no Chiado, e se calhar comprar o novo livro da Pipoca mais doce, que já está nos tops, juntar-me à beautiful people e simplesmente não fazer nada para não destoar na multidão. Nada não, porque há uma coisa que posso fazer: posso partilhar mais algumas daquelas imagens imbecis, fotomontagens de segunda, com o Passos Coelho e uns dizeres imbecis, no Facebook. Isso sim, vai mostrar e provar a minha indignação ao mundo. Somos ou não somos uma nação de indignados hem? De revoltados com o estado da nação? Quer dizer, basta ver o feed de notícias do Face e percebemos que este país está a transbordar de indignação. De tal forma que, pensando bem, se no tempo dos nossos pais houvesse Facebook, provavelmente nem teria sido preciso um 25 de abril. Para quê, se podíamos perfeitamente publicar umas fotografias do Marcelo Caetano com um cravo enfiado no cú? Mais trabalho? Não seria preciso tanques e sair à rua e essa chatice toda. O facebook é muito mais simples e com as novas tecnologias podemos fazer share da nossa revolta numa esplanada da costa da Caparica. Não podemos pedir mais nada, certo?

1 comentário:

  1. Tudo isso advém da nossa pouca capacidade de ajudar a nós próprios. Repara, acreditar que uma minoria (governo) toma conta de milhões é incrivelmente imbecil. Repara que tão logo nos juntamos para destruir quando estamos enraivecidos por algo mas somos incapazes de pensar, que já que estes governantes só fazem porcaria, porque não nós (povo), criarmos uma o nosso modelo.

    A questão é que estamos preços pelas coisa que nos transformam em escravos, e quando não a podemos ter ficamos animais selvagens.

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