sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mulheres, bora aí fazer babys

Voltando às relações e vidas modernas: uma mulher chega ali à altura critica dos 37-39 anos, sabendo que, ao contrário dos homens, o seu ciclo fértil está em contagem decrescente, e não lhe vai fazer o favor de esperar pelo seu desejo de ser mãe. Mas há um pequeno problema: não existe nenhum homem presente na sua vida na forma daquilo que se convencionou chamar de 'relacionamento romântico'. Deve essa mulher abdicar da sua vontade de ser mãe porque não há um papá ou marimbar-se para isso e procurar com objectividade um homem cujo código genético lhe parece cumprir melhor os objectivos pretendidos para a criança futura e que esteja disposto a dar uma queca sem consequências de maior, porque o resto é lá com ela? Será por acaso justo a maternidade estar dependente de contextos exteriores ao desejo e aptidão da mulher em ser mãe, como é o caso uma relação amorosa, sendo que há tantas crianças que nascem dentro do seio de um relacionamento convencional homem-mulher e acabam traumatizados para a vida, pelos mais variados motivos, nomeadamente porque os pais berravam um com o outro enquanto lhe davam a papa? A figura masculina é tão fundamental para a formação de uma criança como a feminina, mas onde é que está escrito que tem de ser o pai biológico? Não pode ser um avó, um tio, um amigo da mãe? Até que ponto retorcemos essa verdade para moldar a suposta boa moral da sociedade? Até que ponto acreditamos em modelos impostos sem base alguma a não ser controlar pela via da dita normalidade a vida dos seres humanos?

1 comentário: