segunda-feira, 13 de agosto de 2012

É verdade, já sou uma cota


Estas férias serviram quanto muito para descobrir que cheguei à maturidade. O que não é assim tão raro, aos trinta e muito anos, dado que os tempos mudaram e já ninguém é adulto aos 20 anos como no tempo dos nossos pais, em que se tinham três filhos e mais dois empregos ao mesmo tempo, tudo para pagar a casa e alimentar a filharada, e até se andava na guerra a dar uns tiros e depois voltava-se com stress pós-traumático, tudo até à respeitável idade de 25. 

Da minha parte, sempre tive consciência que era uma adolescente tardia e que ia demorar mais uns aninhos a crescer do que alguns dos meus colegas da faculdade, que, por volta dos 30, começaram a acalmar, leia-se, a procriar como coelhos e a ver as telenovelas da TVI. Mas a mim, esta  forma de viver semi-adolescente, ok, sê responsável no trabalho que tens contas para pagar e por acaso até curtes o que fazes, e depois leva a vida na boa, sem stresses com filhos e sem horários e a poderes gastar o que tens em viagens e jantares ou a passar noites em maratonas de filmes. Sim, era nisto que acreditava até passar férias com um adolescente de quinze anos. Eu e o pai, super cool os dois claro, com noites e noites em cima, experts doutorados na matéria, decidimos fazer uma incursão pela noite algarvia com o adolescente. Rapidamente quisemos evadir-nos como refugiados de um cenário de guerra. A cidade algarvia estava invadida por carrinhos de bebés, casais obesos de ingleses, crianças aos pulos e aos gritos de birra porque já era mais do que hora de ir para casa dormir, pais acompanhados dos filhos que já tinha filhos que já tinham bebés, em excursões estilo a Fátima, com destino nenhum a não ser o muito típico 'ver as vistas', de tal forma que andar pelas ruas se tornava impossível e era mais ir onde esta multidão em passeio de férias obrigatório, a cumprir ritual imprescindível em tempo de lazer, nos quiser levar. 

Por fim, lá entrámos num bar, onde o adolescente bebeu a coca-cola da praxe e eu o pai ficávamos chocados com os preços cobrados versus qualidade do serviço. Uma hora depois, respirávamos novamente o ar da noite e só pensávamos ir para casa. Eis quando o adolescente se vira para nós: e agora, vamos onde? Por ele ficava ali, naquele encantamento juvenil, a ir a bar atrás de bar, quando eu e o pai só sonhávamos com o aconchego do lar. E quando o vi lançar olhares de desejo para o mais apinhado dos bares, onde centenas de adolescentes se comprimiam contra o balcção tive a certeza absoluta que já era uma cota, pelo menos no meu coração.

3 comentários:

  1. Ahahahahah que riso =) de repente fez-me lembrar as minhas aventuras na praia da oura há quase 2 semanas!! Sim, senti-me cota também... =/

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  2. Eu vim de lá agora. Ahahahah, lamento informar mas tb tenho 30 e muitos e, apesar das resmas de miudagem, não me senti cota! Devo ser uma adolescente ainda mais tardia! eheheheh :)

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  3. Bem, eu tenho ja 33, no entanto, sinto-me uma jovem, e espero que com 100 continue sempre uma jovem, porque cota, só mesmo na mente das pessoas, a minha quero-a sempre bem jovial, sempre simpática e com uma vontade de viver sem fim.
    Claro q os mais pequenos nos fazem sentir, como trapos por vezes, mas se lhe ensinarmos, uma forma de viver, sem bares e sem confusão, mas a criar o seu mundo com um pequeno grupo e sem brinquedos, mas com algumas coisas diferentes,de modo eles pensarem e criarem, seria bem mais agradável para os pais e filhos, q não se influenciavam em bares e com manias de alguns miúdos, mas criavam o seu mundo e um dia seria mentes criativas, ou desde já, bastava q os pais criassem um blog depois com as suas brincadeiras q ele criava, por si.
    Pense no assunto e vai-se sentir de certo mais jovem e feliz.
    Mas se quiser q o seu filho fique cansado mais durante a noite, faca chá de Cidreira, 3 sacos, de uma vez, e vira q ele terá depois sono e poderá descansar sem problemas e o seu marido.
    Ora tente, a brincar no final do jantar, ao chá e a um bar de chá, mas em casa, com 2 amigos, ou 1 e adormecem logo, que so podem brincar depois de beber uma caneca grande de chá de Cidreira.

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