segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A Unilever e a exploração da pobreza

Sou realmente ingénua ou então entro mesmo direitinha na categoria dos burros. Eis que no Público leio o título Unilever prepara-se para o regresso da pobreza à Europa. Pensei, 'uau, uma multinacional preocupada com a pobreza na Europa, provavelmente vão fazer doações através de instituições de solidariedade, ajudar a colocar o pão no prato dos esfaimados, distribuir sobras de produtos'. Não. Vão ver como é que conseguem, mesmo com os índices de pobreza cada vez mais elevados em países como Portugal, Espanha e Grécia, continuar a facturar milhões e milhões todos os anos. Ou seja, pobreza sim, mas que não lhes vá ao bolso, a eles, administradores de uma empresa que deve ter um passivo suficiente para alimentar um país africano. Sem pudor, o responsável, o senhor Jan Zijderveld, assume que isto por terras europeias adivinha-se tão mau que vão seguir a política que adoptaram para os países em desenvolvimento, como a Indonésia. E se o pobre, já se sabe, não pode comprar muito de uma vez, bora lá vender ao pobre Becel e Skip em micro-doses. Um bocadinho aqui, que dá para barrar três torradas livres de colesterol, mais cinco doses contadas para a roupa da semana para os pobres não andarem porquitos and so on. Vão pegar nas amostras que têm para lá, vendê-las e, claro, e lucrar com isso. Quem é que acaba por pagar o mesmo contas feitas? O pobre, só que muito bem enganado. Quem é que vai continuar a ter dinheiro para alimentar milhões de pobres, mas prefere ter o seu jacto privado? Os donos da Unilever, pois então.

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