segunda-feira, 30 de julho de 2012

Telma Monteiro e a desgraça de quem é a esperança de uma nação

A Lusa chama-lhe 'porta-estandarte da desilusão'. O  senhor da TSF que está a curtir duas semanas de cobertura dos Jogos Olímpicos em Londres a repetir diariamente banalidades disse a palavra 'desilusão' umas vinte vezes numa peça que não durou mais de dois minutos sobre 'A Derrota', assim mesmo, com letra grande, porque não é uma derrota qualquer. Não é a derrota de uma atleta que deve ter ficado normalmente fodida porque aquilo é a vida dela. Foi a derrota de um país que não encontra a não ser em pequenos nadas potenciais motivos de orgulho.  Afinal, a miúda era a nossa grande esperança. Esperança de quê? De um país melhor, mais justo, com menos pobreza? Não, esperança de uma subida ao pódio! Confesso que tive pena dela, da Telma, não do país desiludido. Uma nação inteira colocar assim a frustração da sua miséria nos ombros de uma só pessoa parece-me injusto. Mas é o que faz ser de um país incapaz de lidar com a sua pequenez e que aspira sempre a momentos de apoteose que, a acontecer, tapam os buracos da apatia e as saudades de uma grandeza passada. Deixem a miúda em paz, que acabou de levar uma coça.

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