quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Problemas de comunicação comigo e com a Lindsay Lohan

São comuns, infelizmente, a merda dos problemas de comunicação entre os seres humanos, principalmente com aqueles que nos são próximos, ou seja, marido e mulher, namorado e namorada, irmã e irmã e melhores amigos. E acho que dificilmente serão algum dia resolúveis. Por isso, mais do que preocupar-me em resolvê-los, preocupo-me em lidar com eles, de forma a não me arruinarem a boa disposição, um bem cada vez mais preciso há medida que me aproximo da terceira idade. Porque o resto, é como querer combater a chuva no inverno: os problemas de comunicação fazem parte do universo: dois seres, dois mundos, dois mal-entendidos . Exemplo simples: a Lindsay Lohan e a juíza que a julgou. "Não pode deixar o país ou vai presa", disse-lhe a magistrada. Como é que a Lindsay interpretou este pedaço de informação: "Não posso deixar o país de avião ou por terra, porque se for de veleiro até Cannes tá tudo na maior". "Tem de fazer serviço comunitário durante 120 horas numa simpática morgue que é para ver se aprende", disse a juíza Stephanie Sautner, em réplica de Lindsay ter saído do país para passear até Cannes. Para a Lindsay entende-se "tenho de passar por lá um  dia destes, sorrir para os fotógrafos e dar uns autógrafos aos mortos e depois ninguém fala mais nisso."
Semelhante fenómeno sucede-me a mim também:  o que é que a minha mãe ouve quando lhe digo "passo aí mais tarde para ir contigo ao supermercado"? Para ela soa-lhe mais ou menos assim: "Vou aí e fico para jantar porque és a melhor cozinheira do mundo”.  A minha chefe, pelo contrário, quando lhe digo: "há um problema" ouve "fiz merda da grossa, é minha culpa, minha máxima culpa" e o namorado adora ouvir que "hoje apetece-me algo doce" é o mesmo que garantir que "vou fazer mousse de chocolate". Não é fácil, mas não há nada a fazer. O problema é que corremos o risco de andar sempre a desiludir as pessoas... Porque não ficamos para jantar, porque não achamos que o erro seja nosso, porque estamos demasiado cansadas para fazer a mousse and so on. Portanto, o problema é sempre criarmos falsas expectativas nos outros, quando não queríamos estar a criar expectativas nenhumas, apenas a levar as coisas da melhor forma possível. O certo é que a Lindsay vai parar trinta dias na prisão, mas não vejo grandes possibilidades de isso acontecer à minha chefe, mãe ou namorado...

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